Tive recentemente uma conversa com o meu amigo Lourival Sutil (era Operador de Produção), que trabalhava na Fábrica de Salto na época em que aconteceu o que eu vou contar. Fiquei muito surpreso e feliz quando ele me disse que fez parte da Célula de Apoio, por 11 anos (2.000 à 2.011). Eu já não era nessa época o Gerente Geral desta e da Fábrica de Santa Helena, a mais antiga da Votorantim Cimentos, pois tinha ido trabalhar como Gerente Geral na Fábrica Saint Marys – Detroit – MI – USA, também pertencente à VC. O Gerente Geral era o engenheiro Marcelo Monteiro, com quem eu tive a honra e o prazer de ter trabalhado no meu TIME!
Essa Célula de Voluntários na Fábrica de Salto tinha um grupamento de 14 pessoas (10 durante o dia e 4 à noite), altamente treinado e preparado para vários tipos de situação, mas nunca imaginavam ter pela frente um incêndio como este. Atuavam sempre em grupos de 3, que atendiam cada um dos setores em que a fábrica foi dividida, sempre tendo um deles como líder. Em Salto, o líder geral da brigada era o técnico de Segurança Vanderlei Motta e o líder geral das brigadas de Salto e Santa Helena era o Engenheiro Wendel Hermsdorff que havia substituído o Engenheiro Alex Barbosa. Mantinham esse TIME, permanentemente preparado física e mentalmente, em treinamentos que iam de caminhadas, rapel, rafting (Rio Jacaré Pipira – Brotas – SP), musculação, combate a incêndio florestal e industrial, primeiros socorros, atendimentos comunitários evitando a proliferação de doenças e assim por diante. Fizeram inclusive treinamento na selva, numa trilha chamada Sarapui, que fica perto da cidade de Piedade, quando permaneceram 8h sob as condições mais severas, caminhando por trilhas na terra e por dentro das corredeiras do rio que tem naquela área. Nesse evento se juntaram aos brigadistas de Santa Helena e estavam em 40 brigadistas e lideranças. Um dos treinamentos de resgate em “ambientes confinados”, teve a duração de 5 dias, o que os tornavam, especialistas naquele assunto, evitando riscos potenciais.
Anexamos uma foto com alguns dos certificados do Lourival Sutil, só para você poderem ter uma ideia da intensidade com que eles eram preparados para poderem ter direito de pertencer a essa Célula de Apoio.
Eram eles também que faziam as inspeções regulares em hidrantes, mangueiras, extintores de incêndio e todo o ferramental necessário para qualquer tipo de atendimento.
Contou que mesmo com todos os cuidados que existiam preventivamente, houve um incêndio no filtro de mangas da moagem de coque K3 da Fábrica de Salto.10 dos 14 brigadistas, atenderam essa ocorrência e durante 3 longas e penosas horas, deram combate a esse fogo. Com o zelo que tinham com todos os equipamentos de combate a incêndio, tudo o que eles precisaram usar para essa atividade, funcionou exatamente como deveria e facilitou enormemente os primeiros e decisivos movimentos.
Logo no começo do incêndio, o Corpo de Bombeiros de Sorocaba, que ficava a 30 km foi acionado. Chegaram na hora do rescaldo, ou seja, quase 3h após terem sido acionados. Todo o trabalho havia sido executado pela Célula de Apoio. A conclusão do trabalho foi conjunta: brigadistas e bombeiros.
Foram super elogiados pelo chefe do destacamento dos bombeiros, pelo nível de qualidade do trabalho que executaram e por terem evitado um incêndio de muito maiores proporções e que poderia por em risco a operação da fábrica por muito tempo. O prejuízo seria incalculável e o reparo demorado, pois muitos dos componentes utilizados eram importados ou precisariam ser fabricados.
Desnecessário dizer que tudo foi executado sem nenhum incidente ao acidente. O preparo físico e mental foi decisivo para que tudo tivesse ocorrido sem atropelo..
Queremos reforçar que a Célula de Apoio é muito mais que uma simples Brigada de Incêndio. É um patrimônio incalculável da empresa e da comunidade onde está inserida. Jamais uma empresa desse porte, na minha opinião, deveria operar sem ter uma TIME desse NÍVEL!