Conversando com nosso TIME da Célula de Apoio, Fábrica Itajaí – Itajaí – SC, lembramos de um projeto muito simples, mas delicioso. Até onde eu sei, inédito! Outra coisa que me chamaram a atenção, foi para que eu contasse de projetos mais simples e factíveis em qualquer cimenteira. Estou falando desse tipo de empresa, por ter sido lá que esse projeto foi implantado, mas a ideia é válida para muitas.
Começou assim. Alguns dos integrantes da Célula de Apoio e muitos dos nossos colaboradores, moravam em apartamento ou casas pequenas e sem quintal. Mas como a origem de muitos deles era do campo, sugeriram que criássemos um espaço para uma horta caseira, dentro da fábrica, que tinha uma área muito grande e uma boa parte dela era sem uso. Era interessante e o projeto era criativo e inovador. Com a ideia central, íamos definindo as premissas, como:
- Atividade de voluntariado.
- Custo zero.
- Finalidade do projeto.
- Horários de plantio, manutenção e colheita.
- Mudas e sementes.
- Número de canteiros.
- Local dos canteiros
- O que poderia ser plantado.
- Quem poderia requisitar um espaço desses.
- Responsabilidade individual …
Construímos somente 10 canteiros (voluntários e fora do expediente), para que quem conseguisse um por sorteio, zelaria para que não lhe fosse confiscado caso seu uso fosse negligenciado. Imediatamente era cedido para o próximo da fila de espera.
Cada um tratava o seu canteiro, como quisesse e ele era responsável por tudo, inclusive do visual, limpeza, manutenção, sementes, mudas, adubos e colheita. Não poderíamos fazer nada ali, no horário do expediente, mas tínhamos liberdade para fazer fora do horário de trabalho e no período das refeições. Tinha gente que ia em fim de semana para cuidar da sua “terra”!
Foi um sucesso incrível e logo surgiram novas ideias, como por exemplo, cultivarmos plantas medicinais ou fitoterápicas. Até fomos conhecer num fim de semana, o Laboratório de Fitoterapia Edgar Eipper, em Balneário Camboriú. Lá aprendemos algumas técnicas de cultivo de ervas medicinais que poderia servir como chás, xaropes e usar no chimarrão. Recebemos todas as mudas que cada um quis e ainda ganhamos vários produtos que eles fabricavam com essas “Plantas que Curam”.
Muito do que produzíamos, ultrapassava nossa capacidade de consumo e a permuta ou doação, eram constantes! Parecia uma mini feira. Eu mesmo doava tudo, pois morava sozinho.
Vale a pena contar um detalhe, para que vocês não cometam o mesmo erro. Quando eu fui trabalhar na Fábrica Santa Helena – Votorantim – SP, quisemos implantar algo parecido para a APAE, imaginando que os professores e alunos fizessem o plantio e melhorassem a qualidade da comida deles e reduzissem custos. Fizemos os canteiros como os presos em regime semi aberto e entregamos para a APAE, já com tudo plantado, mas a continuidade seria deles. Não funcionou, pois eles imaginaram que o motorista fosse fazer todo esse trabalho. Ele não tinha tempo hábil. Uma pena! Esse projeto pareceu um natimorto. Abandonado.
Nunca se pode fazer o “transplante” puro e simples de uma ideia, sem fazer uma customização, respeitando as pessoas e as condições locais.
Queria comentar com vocês sobre isso, por fugir totalmente do convencional, mas trouxe uma enorme integração e amizade reforçada entre os “fazandeiros”! O clima organizacional teve um belo incremento positivo!