Conversando com meu amigo pessoal, colega de empresa por 29 anos e agora pertencente ao melhor grupo de truco do Planeta Terra, Lauro Klüber Junior, lembramos de um projeto que foi incrível: transporte de clínquer (foto) por cabotagem, algo totalmente inédito para nós da Votorantim Cimentos. Isso aconteceu entre os anos de 1.986 e 1.990. O dono do projeto era o Lauro Klüber Junior e eu Lauro Volaco, era o facilitador e participei ativamente na visita aos portos.
A fábrica de Aratu – Salvador – BA, precisava desse produto, para fabricar cimento. A fábrica que nós trabalhávamos, na época Cia. de Cimento Portland Rio Branco, tinha esse produto a um custo bastante atrativo. O Lauro Klüber Junior atuava em logística na Cia. Paulista de Transportes – CPT, empresa parceira e responsável pelo transporte rodoviário de todo o cimento produzido pela Rio Branco, assim como pelo transporte da matéria prima e dos insumos necessários à fabricação.
Portanto, o transporte rodoviário do clínquer da fábrica até um determinado porto seria coordenado pela CPT. O grande desafio, no entanto, era pesquisarmos o valor total do custo relativo ao processo portuário, ou seja, armazenamento, estiva, conferência, carregamento, impostos em geral, etc., algo até então desconhecido e inusitado, custos estes que deveriam ser agregados ao custo do clínquer para análise e decisão da Aratu.
Durante aproximadamente quinze dias visitamos vários portos: Paranaguá, Antonina, Itajaí, São Francisco do Sul e Imbituba. Após muita negociação e insistência para aceitação deste tipo de produto, pois quase todos os portos visitados desconheciam o clínquer. Muito embora tenham sido informados que o clínquer era um granel, pelotizado e seco, fácil de ser carregado nos navios, começaram a imaginar os problemas que poderiam acarretar. A escolha recaiu sobre o Porto de Paranaguá, que apresentou o melhor custo x benefício.
A necessidade inicial da fábrica de Aratu era de 200.000 toneladas, o que poderia ser transportado em dois navios num período de trinta dias. Esta tonelagem exigiria uma operação rodoviária da fábrica até o porto de 7.000 caminhões tipo caçamba neste pequeno período e o mais desafiador, o clinquer deveria ser depositado no chão, a céu aberto, no píer próximo ao costado do navio, para o devido carregamento. Este carregamento seria realizado com os guindastes do porto.
Como todos devem saber, o custo de um navio atracado é extremamente alto, o que requer uma logística afinadíssima para que não haja interrupção neste carregamento principalmente por falta de material.
Um outro detalhe é que o espaço reservado para o armazenamento do clínquer não era muito grande, o que exigia ainda mais deste planejamento logístico. O fluxo de caminhões deveria ser constante 24 horas por dia.
Tudo transcorreu perfeitamente, menos por um detalhe. As bolinhas de clínquer, duras que uma desgraça, se alojaram também nos trilhos dos guindastes dificultando e algumas vezes até impedindo a operação. Não precisa dizer que os portuários queriam nos “matar”!
Felizmente sobrevivemos e acabamos ficando amigos de todos os que participaram dessa operação, onde mais uma vez aprendemos muito com esses novos desafios! SUCESSO TOTAL.
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