5+3 = Programa 8S

Toda empresa que se preze já ouviu falar e aplicar o Programa 5S e em muitas organizações a metodologia nipônica aplicada à realidade brasileira serviu mais para “por ordem na casa” do que melhorar a forma de agir das pessoas. Virou um termo da moda ao invés de servir para conscientizar os funcionários para uma nova mentalidade.
Levando-se em conta que uma empresa não é nada sem os colaboradores, as empresas passam a olhar para seu patrimônio como “humano”, que tem como contribuir desde que seja estimulado para tal.

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Ferramenta mais abrangente

O sócio-diretor do Instituto Brasileiro para a Competitividade (IBC), Lauro Volaco, informa que os 3S acrescentados ao programa original são mais abrangentes, complementam o Programa 5S e geram aumento da competitividade e melhoria da qualidade de vida.
Os 3S significam determinação/união, capacitação/educação/treinamento e economia/combate ao desperdício. “Com essa estrutura, o ambiente de trabalho fica mais saudável, seguro, produtivo, limpo, integrado, com equipe mais capacitada e menos desperdício de recursos.”, descreve.

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Avançar degrau por degrau

Mesmo não sendo um conceito novo, já que muitas empresas utilizam o 8S há mais de três anos, esse é o timing para transformar crise em oportunidade. “Você só cresce efetivamente em crises, pois é obrigado a sair de sua zona de conforto e encontrar soluções eficazes. Temos inúmeros exemplos de impérios industriais que viraram pó. Só vencem os que tiverem competência e velocidade de ação. É preciso capturar cada oportunidade de melhoria e implementá-la em todos os momentos por todos”, aponta Volaco.
É por isso que o 8S pode ser um ponto forte nas organizações, porque não são soluções geniais de cientistas vencedores do Prêmio Nobel, mas pequenas melhorias diárias que podem ser efetuadas por todos.

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Solução embaixo do nariz

Lembro de uma história que ilustra bem essa situação: numa fábrica, os consumidores constataram que o produto “x” não estava dentro da embalagem e, verificando-se na produção, constatou-se que na esteira não era possível identificar o produto com falha de preenchimento do seu conteúdo.
Recorreu-se a um famoso consultor internacional que trouxe uma máquina que, pela equação sabe-se lá qual, conseguia eliminar a embalagem vazia que apresentava falha. Mas certa vez essa máquina pifou e a direção ficou enlouquecida… Mas o problema não retornou. Indo até a produção, o diretor viu que o equipamento continuava estragado. Foi quando os funcionários disseram: “Chefe, encostamos aquela geringonça, colocamos esse ventilador aqui ó e, cada vez que a embalagem está leve, o vento acaba descartando o produto defeituoso”.
Viram? As soluções estão aí bem embaixo do nariz das chefias e, para implementar melhorias, basta dar voz a esse rico patrimônio humano que é seu funcionário.

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Comprometimento

Volaco, que é especialista em transferir essa e outras metodologias de gestão em fábricas no Brasil e Estados Unidos, aponta que tudo começa com o comprometimento da direção para a base. Sem isso, não existe compromisso dos funcionários e, sem o engajamento deles, nada acontece. “Nos treinamentos, buscamos fazer com que os participantes tomem uma atitude e não fiquem numa situação de contemplação, pois as coisas só acontecem se houver conhecimento aplicado na busca de um objetivo comum”, alerta.

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Conheça os 8S

  • 1º Seiri: Senso de Descarte, Organização Definição, separação e descarte dos itens desnecessários;
  • 2º Seiton: Senso de Ordem, Arrumação Ordenação criteriosa dos itens necessários. Cada item no seu lugar pré-definido;
  • 3º Seiso: Senso de Limpeza Higiene, limpeza, segurança e preservação do meio ambiente;
  • 4º Shitsuke: Senso de Disciplina Autodisciplina para respeitar normas, regras e padrões pré-definidos;
  • 5º Setsuyaku: Senso de Economia e combate aos desperdícios realizados por todos;
  • 6º Shikari Yaro: Senso de Determinação, comprometimento e união de todos;
  • 7º Shido: Senso de Educação, Treinamento e qualificação do profissional;
  • 8º Seiketsu: Senso de Saúde, Manutenção de ambientes agradáveis, onde todos sintam-se bem.
Artigo publicado no jornal Bem Paraná, no caderno de Carreira & Cia.
13/07/09 às 20:53 | Ana Paula de Carvalho – anapaula@stampanews.com.br

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