VIGILÂNCIA SOBRE OS FUNCIONÁRIOS DA EMPRESA

VIRANDO A PRÓPRIA MESA – Episódio 44

Virando a própria mesa: Ricardo Semler

VIGILÂNCIA SOBRE OS FUNCIONÁRIOS DA EMPRESA

Mais um assunto polêmico trazido pelo nosso guru Ricardo Semler. Leia com atenção, mas a decisão a ser tomada é sua.

o   Na nossa empresa abolimos as revistas, as auditorias com intuito fiscalizador e as chapeiras na portaria. É relativamente fácil sair com o porta-malas lotado de peças, bater cartão para o colega e cobrar táxi enquanto anda de ônibus. Se for pego, é justa causa e polícia. Não abrimos mão da queixa-crime quando o caso é comprovado. De resto, lutamos pelos 97 por cento. É a estes que queremos bem – pág. 187

 

Estatisticamente 3% dos colaboradores da empresa acabam adotando práticas de apropriação indébita.

Em lugar de defender esta ou aquela prática de confiança (ou desconfiança?), vou citar dois exemplos de almoxarifados. Fica a seu critério, extrapolar para outras áreas e atividades.

Um foi péssimo. Era uma grande montagem do forno II na Cimento Itaú do Paraná, hoje Fábrica III da Votorantim Cimentos – Itaperuçu – PR. A montadora reclamava todos os dias que a obra atrasava pelo acúmulo de pessoas esperando para serem atendidas no balcão do almoxarifado, que era extremamente bem organizado. Como queria ser cumprido o cronograma da obra, foi autorizado que as empreiteiras retirassem os materiais que necessitassem desde que anotassem na ficha de cada produto, a quantidade retirada e o local de aplicação. Parecia ser uma medida brilhante, a obra ia avançando celeremente e as reclamações caíram à zero. Funcionava assim 24h por dia. Não quero falar dos detalhes, mas acabada a obra, foi um caos total que precisou seis meses para voltar à normalidade. Muitos materiais nunca soubemos se foram apropriados no centro de custo correto ou desviados.

Um outro exemplo, mas agora de sucesso. Aconteceu no almoxarifado da Cimento Rio Branco – Rio Branco do Sul – PR. Era um drama atender a demanda 24h/dia e 7 dias por semana. Precisava uma estrutura que em algumas horas era sobrecarregada e eu outras ociosa, Principalmente horários noturnos, finais de semana e feriados. Como foi resolvido isso? Em horários fora dos expedientes de rotina, pessoas foram treinadas e credenciadas a entrarem no almoxarifado. Todas as atividades internas eram monitoradas por câmeras. Quem entrava pegava a chave, retirava o que precisava e anotava o que havia retirado e onde seria aplicada. Resultado: absoluto sucesso, pois as pessoas escolhidas, treinadas e credenciadas tinham pleno conhecimento da importância das baixas corretas e com anotações de aplicação também corretas.

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