A manutenção está assumindo na era atual um papel de primeira grandeza entre os serviços essenciais ao conforto e bem-estar da humanidade, assim como transformou-se em alicerce de produtividade e lucratividade das empresas de forma geral.
O homem moderno construiu as maiores instalações e equipamentos jamais sonhados, mas todos esses recursos serão inúteis se não houver um serviço efetivo e eficaz de manutenção, capaz de manter os equipamentos e instalações em condições de operação, prolongando a vida útil dos mesmos.
Como as atividades de manutenção dependem diretamente do “Homem de Manutenção”, para um trabalho eficiente, é fundamental que ele esteja qualificado e integrado. Este detalhe é a base das melhorias operacionais, qualidade e rapidez dos serviços de manutenção.
Manutenção é um conjunto de técnicas e de organizações capazes de conservar, tão bem quanto novas, máquinas, instalações e edificações durante o maior tempo possível , com a máxima eficiência (limites a serem conquistados), tendo sempre em vista diminuir desperdícios, satisfazer e motivar tanto os que recebem como os que fazem manutenção.
Algumas organizações nos últimos cinco anos passaram por transformações no conceito de Gestão da Manutenção. O setor de manutenção que antes era visto como uma área para consertos de peças e equipamentos quebrados passou a ser um “Órgão de Gestão de Ativos” desde então a mudança de comportamento frente ao novo desafio foi alavancada pela implementação uma ferramenta objetiva para melhoria do desempenho operacional das indústrias, a metodologia TPM.
O TPM, Total Productive Maintenance (Manutenção Produtiva Total) nada mais é que colocar o óbvio em prática de maneira sistemática. As empresas tem encontrado dificuldades em sua implantação . Há aqueles que se lançaram na empreitada , porém não conseguiram chegar ao destino, há aqueles que desejam mas não decidiram, há ainda aqueles que decidiram mas não conhecem o caminho.
Outra grande dificuldade das empresas na implantação do programa está na falta de tradição no exercício da disciplina e da humildade. Disciplina para entender que mesmo as coisas óbvias, para serem postas em prática, requer rigor e determinação, e que a sistematização é o veículo que garante a chegada ao destino desejado.
Humildade para:
– Entender que a melhoria não acontece num passe de mágica, que os equipamentos jamais melhorarão se as pessoas não melhorarem, e isto leva tempo e investimento.
– Não atropelarmos o programa de implantação , eliminando etapas importantes que não foram criadas por acaso.
Os conceitos do TPM são todos óbvios, praticamente não há novidade. As empresas terão dificuldades de colocá-los em prática se visualizarem apenas o aspecto lógico. Na realidade, cada uma das etapas de implantação da “Manutenção Autônoma”, por exemplo, através do exemplo dos superiores, as pessoas passam a descobrir seu poder de mudar a realidade, de dar sua contribuição e ter reconhecimento, além de melhorarem seu dia-a-dia na vida profissional.
Na implantação é fundamental não colocar o fator cultural como impeditivo da melhoria mas inicialmente partir para o aculturamento de todos os níveis até o chão de fábrica utilizando o TPM como instrumento de mudança de modo a encarar os problemas em que todos terão um só objetivo. Os equipamentos passaram a mudar a partir da mudança das pessoas.
Na visão do TPM, operação e manutenção devem andar juntas na mesma direção e na mesma velocidade. O operador não pode esquecer que a produção só acontecerá na quantidade e qualidade prevista se os equipamentos estiverem em condições satisfatórias. A manutenção deve entender que o seu papel não é apenas manter como melhorar a confiabilidade e disponibilidade dos equipamentos e daí o nível de produção. Não é razoável que a operação e a manutenção não compartilhem dos mesmos objetivos.
O TPM não preconiza a dispensa do especialista da manutenção, ao contrário, reforça sua necessidade com ênfase ás atividades de planejamento, inspeção diagnóstico e estudos, além das intervenções preventivas e corretivas.
Com a implantação do método conseguimos elevar a performance de nossos resultados de manutenção numericamente expressos: Produtividade, lucratividade, efetivo de manutenção, índice de disponibilidade operacional, consumo de energia, etc. comparando com empresas congêneres do mesmo grupo via pesquisa de benchmarking.
É necessário estar disposto a refletir sempre se todo nosso pessoal está atuando como se fosse “Dono dos Equipamentos” e se há em cada um, até o menor nível, a preocupação genuína de melhorar continuamente a empresa.
Jamais poderemos esquecer que TPM é mudança das pessoas e depois as pessoas mudarão os equipamentos e o nível de produção. Todos precisam estar motivados para concluir o que foi iniciado, honrando o compromisso firmado. As prioridades estabelecidas devem ser claramente mantidas, as cobranças sistemáticas e coerentes com as metas, assim como os investimentos devem ser assegurados.
Autor: Celso José de Carvalho Empresa: Gerente Manutenção Mecânica – Cimento Itambé. |